WGLEYSSON DE SOUZA

IOF derrubado: Congresso protege elite e deixa o povo na fila do hospital
O Brasil queria mais saúde, educação e segurança. O Congresso escolheu proteger os de cima – e sacrificar quem mais precisa.

O Senado e a Câmara dos Deputados enterraram nesta semana a proposta do governo federal que aumentava a cobrança do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras – em transações feitas, sobretudo, por quem movimenta grandes somas de dinheiro. Era uma tentativa de arrecadar mais para garantir investimento em saúde, educação, segurança e infraestrutura. Era um projeto que não mexia com o bolso do trabalhador comum, mas dos grandes empresários, dos que compram moeda estrangeira, dos que enviam remessas milionárias para o exterior.
Mas o Congresso disse “não”. E, como sempre, o povo é quem paga a conta.
Eis a triste ironia do Brasil: quando surge uma proposta para cobrar mais dos ricos e devolver ao povo em forma de direitos, são justamente os representantes do povo que decidem proteger os interesses da elite. Deputados e senadores – muitos milionários – disseram que o novo IOF seria um “absurdo”. Absurdo mesmo é um país com 430 mil milionários e milhões de cidadãos morrendo em fila de hospital por falta de leito, remédio ou cirurgia.
Quem paga IOF com mais peso? Quem tem cartão internacional. Quem movimenta conta em dólar. Quem compra ações. Quem envia dinheiro para o exterior. Quem lucra alto no mercado financeiro. Quem lucra com juros escandalosos dos cartões de crédito. E por que, então, impedir essa taxação? Por que proteger quem menos precisa?
Hoje, temos 513 deputados e 81 senadores. Gente que, em sua maioria, não sabe o que é passar fome, andar de ônibus ou depender do SUS. Quando adoecem, voam para o Hospital Sírio-Libanês ou Albert Einstein. Enquanto isso, o povo espera meses por uma cirurgia ortopédica ou um exame simples.
O IOF, se aprovado, renderia ao país R$ 20 bilhões até 2026. Dinheiro que poderia salvar vidas, melhorar escolas, contratar médicos e professores, comprar ambulâncias e construir casas populares. Mas esse projeto foi rejeitado por uma classe política que não pensa no bem coletivo. Eles só pensam em barganha, em emendas parlamentares, em permanecer no poder a qualquer custo.
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