162 dias de silêncio: governador ignora prefeita e mantém abandono na Escola Dom Moisés Coelho
Mesmo com investimentos milionários, Escola Dom Moisés Coelho segue abandonada e prefeita aguarda há 162 dias audiência com o governador

O governador João Azevedo (PSB) estará mais uma vez em Cajazeiras nesta quinta-feira, 4 de julho, para inaugurar duas importantes obras: a reforma da Escola Estadual Nossa Senhora do Carmo (Carmelo) e a pavimentação asfáltica da estrada que liga a BR-230 ao Distrito de Engenheiro Ávidos. Os investimentos, que ultrapassam a marca dos R$ 30 milhões, simbolizam um reforço da presença do Governo do Estado no Alto Sertão.
No entanto, o contraste entre os anúncios festivos e a realidade enfrentada por outras instituições da rede estadual chama atenção e causa indignação. A Escola Estadual Dom Moisés Coelho, uma das mais tradicionais de Cajazeiras, segue esquecida pelo governo. Há mais de um ano, seus alunos têm sido obrigados a frequentar salas improvisadas e ambientes sem condições mínimas de aprendizado. Pior: nem a licitação para a tão aguardada reforma foi concluída.
A situação evidencia uma gestão seletiva, onde as prioridades parecem ser ditadas mais por conveniência política e apelo midiático do que por uma escuta real das necessidades da população. Enquanto uns recebem placas, palanques e câmeras, outros seguem invisíveis no próprio território onde o governador pisa.
Para agravar ainda mais o cenário, a prefeita de Cajazeiras, Corrinha Delfino (PP), protocolou no dia 15 de janeiro um pedido formal de audiência com o chefe do Executivo estadual, com o objetivo de apresentar uma pauta de demandas urgentes da cidade. Hoje, 162 dias depois, ela ainda aguarda resposta. O silêncio é eloquente — e revelador.
Como confiar em uma gestão que investe milhões para inaugurar estruturas prontas, mas ignora escolas em ruínas e gestores eleitos que buscam diálogo? Qual é o real compromisso com a educação, com Cajazeiras, com o povo do Sertão?
O Governo do Estado precisa ser celebrado pelos acertos, mas também cobrado com veemência por suas ausências. A população de Cajazeiras exige mais do que tapetes vermelhos e discursos prontos. Exige coerência, respeito e, sobretudo, ação.
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