Se você achava que já tinha visto de tudo no Brasil, respire fundo. A cada novo dia, nos deparamos com manchetes que mais parecem roteiro de comédia pastelão. Dessa vez, o enredo começa com os famosos bebês Reborn e termina numa nova vaquinha online para bancar o ex-presidente Bolsonaro, que segundo aliados está passando "necessidades". E não, isso não é ficção.

Começando pelo universo paralelo dos Reborn lovers, onde padres são acusados de "Rebornfobia", e seguidores clamam por conselhos tutelares, juízes e até uma Lei Maria da Penha Reborn. Sim, uma espécie de cidade ideal onde a pauta central seriam bonecos de silicone tratados como filhos legítimos. Enquanto isso, no mundo real, pais verdadeiros lutam pra comprar leite, fralda e remédio.

E quando a gente pensa que não pode piorar, vem a “máquina milionária de explorar trouxas” — como bem disse um internauta — que reaparece para arrecadar PIXs para Bolsonaro. O homem que ganha mais de R$ 100 mil por mês somando aposentadorias e salário de “presidente de honra” do partido, tem patrimônio milionário declarado e já faturou R$ 17 milhões em doações no passado.

Mas o brasileiro médio que precisa fazer rifa, bingo ou se humilhar em rádio pra pagar uma cirurgia, é tratado como “vagabundo”. A inversão de valores é tamanha que quem realmente sofre não é visto, e quem vive em berço esplêndido é idolatrado.

Não se trata de ser contra um político ou outro, mas sim de indignar-se com a manipulação da boa-fé popular. Vivemos tempos em que política virou idolatria e senso crítico virou ameaça. Enquanto isso, o país afunda numa crise de realidade, moral e lógica.