Museu do Futebol de Cajazeiras preserva a memória esportiva e sonha com casa própria
Desenvolvimento:
"Quando eu terminava uma entrevista para o livro, recebia camisas, troféus, fotos... e tudo foi sendo guardado. Um dia percebi: minha casa era um museu", conta o professor. Em 2018, Redesmã levou a ideia à Prefeitura. E para sua surpresa, a programação da Semana da Cidade daquele ano já previa a instalação do museu no antigo Casarão dos Sobreira. Com apoio do então secretário de Cultura, Ubiratan de Assis, a primeira exposição foi realizada em 21 de agosto, em homenagem aos 70 anos do Atlético de Cajazeiras.
Com o espaço inicial garantido, veio a etapa de formalização. Foi criado o estatuto, obtido CNPJ, aberta conta em banco, e aprovada na Câmara Municipal a lei que reconhece o museu como de utilidade pública. Também foi feito o cadastro nacional junto ao Ibram — tornando o museu oficialmente reconhecido no sistema museológico brasileiro.
Hoje, o museu conta com mais de 942 peças catalogadas, sendo mais de 600 fotografias, camisas históricas, troféus e objetos pessoais de jogadores. Entre as relíquias estão:
A camisa autografada por Pelé
Camisa de Zico
A primeira camisa do Atlético de Cajazeiras (1948)
A réplica da camisa do Pitaguary (1923), primeiro time da cidade
A chuteira e a braçadeira de Renato Cajá, usadas no jogo que classificou o Juventude para a Série A
A bola autografada por Hulk e outra por Marta
Colaboração e apoio
Redesmã destaca a importância dos colaboradores, como o professor Joaquim Alves Farias, que doou expositores, e a serralharia Marguza, que ofereceu suportes para troféus. O apoio do Centro Universitário Santa Maria e de empresas locais também foi essencial, com doações de manequins e materiais.
Nova fase e projeto educativo
Atualmente instalado no Espaço Cultural Eliezer Rolim, no centro da cidade, o museu passou a ser um ponto de cultura, educação e turismo. Com o projeto As Escolas no Museu do Futebol de Cajazeiras, já foram recebidas diversas turmas de alunos para conhecer de perto a história do esporte local.
“O museu encanta quem entra. É uma aula de memória, história e pertencimento”, diz Redesmã.
Conclusão e sonhos
Mesmo com tantos avanços, o museu enfrenta desafios. “O nosso maior sonho é a casa própria, um prédio definitivo. E também a climatização, essencial para a conservação das peças e conforto dos visitantes”, afirma. O professor faz um apelo às autoridades para que apoiem o projeto:
“O museu precisa ser engajado nas políticas de cultura, turismo e educação. É um patrimônio de Cajazeiras, do Sertão, da Paraíba.”
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